LIBERTEM-SE!

Uma das coisas que mais me incomoda com relação à visão das pessoas quanto à religião, é o fato de a reduzirem a um amontoado de regras a serem seguidas. A partir dessa visão reducionista, podemos perceber que as pessoas tratam a religião como uma meta a ser alcançada em troca de uma coisa ou outra que consideram importantes para suas vidas e, ao aparecimento de algum sinal que considerem inconveniente para a realização de suas felicidades, começam a atribuir o fato a seus deslizes com relação ao seguimento de leis.
Não quero aqui evocar a relação dos indivíduos com outras religiões que não o cristianismo. Respeito a visão de religiosidade que as diversas religiões possam despertar em seus fiéis, mas me considero no direito de manifestar minha insatisfação com relação aos meus companheiros de cristianismo.
É bastante claro para todos que a Bíblia relata diversas interdições e regras a serem seguidas do início ao fim, no entanto, abomino sobremaneira aqueles que ainda insistem em ter a Bíblia como um manual de instruções. Há algo maior que devemos observar em suas linhas, no decorrer de seus enredos, algo que foge da influência de seus inscritores, dos desvios de tradução ou de possíveis manipulações que possa ter sofrido. A Bílbia não prega condenação e leis, não é isso que percebemos por meio do que Jesus diz e reforça o tempo inteiro nos Evangelhos a partir de Suas atitudes. AMOR. Essa é a diretriz geral e única que podemos tirar da Bíblia como coisa primordial para vida de cristãos. Livre de detalhes inúteis que só trazem divergências e contendas nas diversas comunidades cristãs.
O próprio Jesus Cristo parece ter sido ciente desse problemas que sobreviriam aos cristãos e assegura bem: "Se alguém ouve minhas palavras e não as guarda, eu não o condenarei, porque não vim para condenar o mundo, mas para salvá-lo" (Jo. 12,47). Será que é difícil entender o que Nosso Senhor que nos passar por meio dessa Palavra? Não, é bastante simples: Deus é Salvação não condenção.
Ele fala com vigor: "Respodeu Jesus: Amarás o Senhor teu Deus de todo teu coração, de toda tua alma e de todo teu espírito. Este é o maior e o primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás teu próximo como a ti mesmo. Nesses dois mandamentos se resumem toda a lei e os profetas" (grifos meus em negrito) (Mt. 22,37-40).
Como, pois, diante de tal clareza continuar a tratar a religião de forma deturpada, supondo que Deus se preocupa com o cumprimento inexorável das leis?
São Paulo, será bem claro para nós na seguinte pasagem:

"... pela prática da lei, nenhum homem será justificado. [...] Na realidade, pela fé eu morri para a lei a fim de viver para Deus. [...] Não menosprezo a graça de Deus; mas, em verdade, se a justiça se obtém pela lei, Cristo morreu em vão. [...] Todos os que se apóiam nas práticas legais estão sob um regime de maldição. Pois está escrito: Maldito aquele que não cumpre todas as prescrições do livro da lei. Que ninguém é justificado pela lei perante Deus é evidente, porque o justo viverá pela fé. Ora, a lei não provém da fé e sim (do cumprimento); quem observar estes preceitos viverá por eles. Cristo remiu-nos da maldição da lei, fazendo-se por nós maldição, pois está escrito: Maldito todo aquele que é suspenso no madeiro".

Bem, após analisar estas passagens e a presença desta mensagem nas entrelinhas de todo o texto bíblico, as pessoas que ainda se prendem às regras que são impostas o tempo inteiro por meio da lei, só podem ser aquelas que buscam manipular massas cristãs, ou aquelas pessoas que sentem um prazer masoquista em serem manipuladas e dominadas pelas falsas doutrinas criadas diariamente pelos homens de má índole ou de muito pouca capacidade de análise da essência do cristianismo presente nas Sagradas Escrituras.



Eden de Lima

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