A que Cristo você segue?

Percebo que hoje existem dois "Cristos" que disputam por espaço: o "Cristo da Doação" e o "Cristo do Sucesso". Particularmente prefiro o Primeiro, porque Nele vejo autenticidade. Os vestígios do Cristo histórico mostram sem sombra de dúvidas que sua "filosofia" era o serviço ao outro, sem hierarquias, sem regras, sem "poréns". Em contrapartida, o "Cristo do Sucesso" ganha corpo em nossos dias. Há mesmo uma parcela de doação em sua "filosofia", mas sempre visando algo em troca: a prosperidade, a saúde, o sucesso profissional, a popularidade, o carro novo com o adesivo "presente de Deus", dentre uma série de parafernálias materiais que contradizem o desapego ao mundo efêmero em que estamos. O Cristo que prevalece hoje, infelizmente, é o que lhe coloca no "palco", que faz "vencer ou vencer" e que ofusca o Cristo que ensina a mais "amar que ser amado", ou a "doar a vida pelo irmão" e que "está presente mesmo quando o milagre não acontecer". Esse mesmo Cristo anda invertendo a máxima do "sábado que foi feito para o homem" e colocando o homem a serviço do sábado; e ousa mesmo a dizer que as 99 ovelhas são muito mais importantes que a ovelha que se perdeu e que, portanto, ela não tem relevância em sua particularidade, mas tão-somente à medida em que se enquadra na lei do "sábado" e das "99". Sinto falta do cristianismo que se espelhava em Francisco de Assis, em Teresa de Calcutá, em Dulce, em Maximiliano Kolbe, em Martin Lhuther King Jr. ou em Vicente de Paulo. E, por fim, lamento quem os troca por popstars que são fiéis à lógica mais avessa à essência genuína do cristianismo.

Comentários