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Mostrando postagens de agosto, 2015

Criança Noite

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À torto e à direita falam Que a noite criança é. De tal sofisma, com ênfase, discordo E imagino o breu como perspicaz pessoa. Traz-nos, ela, coisas terríveis, não raro. Lateja-nos as dores com ímpeto maior; Aguça-nos ouvidos para além do real; Passa-nos, ao rosto, o que anda indo mal! Maior que dor e além, A sombria noite nos traz também, Dos medos todos, o pior: O eu! O eu no breu é insônia certa, São olheiras ideléveis e delatantes, É face a face com o purgatório próprio Se andamos traçando caminhos tortos. Se o eu, por acaso, incompleto está, Em meio às sombras nos trará o outro alguém E se outro alguém não há, Vir-nos-á saudade do que não foi. O que está para vir, vem intenso no escuro. Nele tentamos transpor imenso muro. Imersos na ânsia do incerto amanhã, Aborrecemo-nos com o que talvez nem venha. Se o dia rápido parece, Insuficiente para a rotina, Escasso para conquista qualquer, A noite interminável é! Se em branco passada for, Amolece qual